Artista faz intervenção no restaurante
No final do semestre passado, em Fevereiro 2009, uma colega da Faculdade de Belas Artes introduziu uma pilha de papeis desenhados nas bandejas do Restaurante da Faculdade. (foto: RR). Suponho que tenha sido "uma" colega, visto que o trabalho tem um toque feminino. Foi certamente uma das melhores intervenções feitas no espaço da escola, que frequentemente conta com instalações de vocação experimental salpicadas pelos corredores. O trabalho de desenho era repetido manualmente em dezenas de folhas, de modo que muitos utentes puderam desfrutar o almoço com arte, e representou uma boa iniciativa de humanização da cantina, que apesar da boa qualidade de comida carece de um ambiente mais acolhedor, ou alguma decoração. O desenho do vaso não deixa dúvida, é uma autêntica natureza-morta.
Espaço Campanhã: em busca da legitimidade
Inaugurou em Dezembro de 2008 mais um espaço alternativo para enriquecer a cena cultural do Porto. (foto: RR). Num belo armazém, o Espaço Campanha é gerido com muita coragem pelo colega da FBAUP Miguel Pinho, aluno de mestrado em Estudos Curadoriais e Museológicos. Na foto vemos o artista Mauro Cerqueira em plena performance.
Ainda sem patrocínio aparente, sem associação, sem comércio, sem fundação, com espírio de aventura, e algum niilismo, a casa recém nascida busca um formato que estabilize seus programas a médio prazo. Será aquilo uma instituição, ou uma espécie de Land Art? Seja como for, a dificuldade de levar a cabo uma carreira de arte tem diminuído cada vez mais as expectativas dos artistas, hoje, para eles é suficiente uma exposição, e amendoim, especialmente se o local tiver um agradável perfil roots, como é o caso. Mesmo assim os custos são altos, e os resultados poderão ser excelentes. Agradecemos Miguel Pinho pela entrevista. Desejamos sucesso e prosperidade para a iniciativa. Em breve anunciaremos novos desdobramentos no Espaço.
Morada do Espaço Campanhã: Rua Pinto Bessa 122 - Armazém 4
(Trazeiras do Banif – a 100m da Estação de Campanha).
Resp. Miguel Pinho Telef. 912897580
email: linha1@plataformacampanha.com
Horário. Sexta-feira e Sábado das 15 ás 20h00
ENTREVISTA
Natureza-morta: Como surgiu o Espaço Campanha?
Miguel Pinho (MP): Desde 1999 até ao presente ano, os espaços alternativos ao circuito comercial e institucional têm contribuído para uma maior oferta cultural na cidade do Porto.
Estes espaços dirigidos por mais de duas dezenas de jovens artistas plásticos, em colectivos formais ou informais, com programação dinâmica e diversificada que contempla as artes plásticas, as artes performativas, a música e a literatura, têm permitido que mais de uma centena de jovens artistas, desenvolvam o seu trabalho e o apresentem de forma regular.
Localizado na zona de Campanhã, este espaço surge da ideia do seu responsável a partir do convite ao Jose Maia, artista plástico e curador, que vem exercendo a sua actividade artística na cidade do Porto desde os anos noventa. Na cidade Porto. Assim o Espaço Campanhã, iniciou a sua actividade em Dezembro de 2008 com a exposição colectiva antes de chegarem palavras de Mauro Cerqueira, André Sousa e Renato Ferrão, marcando presença no mapa cultural da cidade e juntando-se a espaços como In.Transit, Petit Cabanon, a Sala, Mad Woman in the Attic, Uma Certa Falta de Coerência e Maus Hábitos, O Senhorio, Extéril, entre outros.
Natureza-morta: Qual o objectivo do Espaço?
MP: Para já manter-se activo, o maior tempo possível, como espaço onde os artistas possam expor as diversas práticas artísticas contemporâneas.
Durante o próximo ano, o Espaço Campanhã apresentará um número significativo de obras, que darão conta das diversas práticas artísticas como a pintura, escultura, desenho, banda desenhada, instalação, vídeo, som ou performance, realizadas por jovens artistas, artistas emergentes e artistas afirmados nos últimos vinte anos.
Natureza-morta: Como funciona a selecção de projectos, e a definição da programação?
MP: A programação do Espaço Campanhã contempla: exposições colectivas temáticas que pela reunião de um conjunto de obras, de diferentes artistas, num mesmo espaço, nos permitirão ver e confrontar diversas perspectivas da temática abordada; exposições individuais que apresentam ligações ou propõem um diálogo entre trabalhos recentes e trabalhos realizados em anos anteriores; exposições de projectos criados especificamente para o Espaço Campanhã e
mostras organizadas por colectivos de artistas, formais ou informais, cujo corpo de trabalho contemple o pensamento, a criação e a investigação artística contemporânea.
Paralelamente às exposições, serão apresentadas outras criações, do(s) artista(s) patentes ou de artista(s) que não participam na exposição, realizadas na mesma área de intervenção artística ou numa outra área distinta, bem como conversas, debates ou conferências que permitam empreender ou ampliar o campo de criação e reflexão artística e acompanhar o pensamento contemporâneo.
Em simultâneo e ou no intervalo entre duas exposições, o Espaço Campanhã apresentará mostras de vídeo, performance, música e conferencias organizadas pelos seus colaboradores.
Natureza-morta:Quais as próximas exposições ja definidas? E datas estimadas?
MP: Próxima exposição:
11 Abril de 2009
Está a morrer e não quer ver
A presença ou ausência de imagens e as visões de ontem e de hoje do Porto e de Portugal, de Portugal na Europa, da Europa em Portugal, de Portugal no Mundo, do Mundo em Portugal, da Europa e de Portugal no Porto e do Porto em Portugal e na Europa serão apresentadas nesta exposição colectiva temática, que reunirá mais de duas dezenas de artistas plásticos.
Exposições futuras:
Colectivo Embankment – constituído por Jonhathan Saldanha, Maria Mire e Aida Castro, criadores que têm desenvolvido paralelamente ao seu trabalho artístico (individual ou em colectivo) a investigação teórica enquadradas nas práticas artísticas contemporâneas, nas áreas do vídeo, do som e na relação da arte com outras ciências e estas com a tecnologia.
Colectivo A Mula – O Colectivo A Mula, de Marco Mendes e Miguel Carneiro, reunirá numa mostra de desenhos e murais, numa feira de publicações de artistas e em conversas, um número significativo de criadores de diferentes áreas (como o desenho, a banda desenhada, a ilustração, a pintura, entre outras,) que adicionarão ao universo das artes plásticas muitos outros universos singulares, inscrevendo no campo artístico múltiplas realidades que nos darão conta de inquietações pessoais e ou sociais.
Natureza-morta: Como o espaço resolve sua sustentabilidade económica actualmente?
MP: Actualmente não resolve mesmo. Está em estudo a sua viabilidade que deverá passar por uma estrutura que, esperamos, para além de gerar os meios económicos necessários seja original em termos da sua acção.
Natureza-morta: As melhorias físicas no Espaço Campanha são notórias, desde a inauguração, até a exposição atual. Gradualmente a casa deixa de ter um aspecto alternativo e ruma para uma estabilização institucional. Caso o Espaço seja convertido numa galeria comercial, o que parece inevitável, e útil, qual o perfil de artistas com que pretende trabalhar e qual a linha de acção que a Galeria pretende adoptar para cativar clientes?
Miguel Pinho: O Espaço Campanha procurará manter sempre a sua identidade. As transformações que tem vindo e que virá a sofrer são alterações necessárias para que o espaço seja capaz de apresentar qualquer pratica artística. A hipótese de uma galeria no local está posta de lado.
Ainda sem patrocínio aparente, sem associação, sem comércio, sem fundação, com espírio de aventura, e algum niilismo, a casa recém nascida busca um formato que estabilize seus programas a médio prazo. Será aquilo uma instituição, ou uma espécie de Land Art? Seja como for, a dificuldade de levar a cabo uma carreira de arte tem diminuído cada vez mais as expectativas dos artistas, hoje, para eles é suficiente uma exposição, e amendoim, especialmente se o local tiver um agradável perfil roots, como é o caso. Mesmo assim os custos são altos, e os resultados poderão ser excelentes. Agradecemos Miguel Pinho pela entrevista. Desejamos sucesso e prosperidade para a iniciativa. Em breve anunciaremos novos desdobramentos no Espaço.
Morada do Espaço Campanhã: Rua Pinto Bessa 122 - Armazém 4
(Trazeiras do Banif – a 100m da Estação de Campanha).
Resp. Miguel Pinho Telef. 912897580
email: linha1@plataformacampanha.com
Horário. Sexta-feira e Sábado das 15 ás 20h00
ENTREVISTA
Natureza-morta: Como surgiu o Espaço Campanha?
Miguel Pinho (MP): Desde 1999 até ao presente ano, os espaços alternativos ao circuito comercial e institucional têm contribuído para uma maior oferta cultural na cidade do Porto.
Estes espaços dirigidos por mais de duas dezenas de jovens artistas plásticos, em colectivos formais ou informais, com programação dinâmica e diversificada que contempla as artes plásticas, as artes performativas, a música e a literatura, têm permitido que mais de uma centena de jovens artistas, desenvolvam o seu trabalho e o apresentem de forma regular.
Localizado na zona de Campanhã, este espaço surge da ideia do seu responsável a partir do convite ao Jose Maia, artista plástico e curador, que vem exercendo a sua actividade artística na cidade do Porto desde os anos noventa. Na cidade Porto. Assim o Espaço Campanhã, iniciou a sua actividade em Dezembro de 2008 com a exposição colectiva antes de chegarem palavras de Mauro Cerqueira, André Sousa e Renato Ferrão, marcando presença no mapa cultural da cidade e juntando-se a espaços como In.Transit, Petit Cabanon, a Sala, Mad Woman in the Attic, Uma Certa Falta de Coerência e Maus Hábitos, O Senhorio, Extéril, entre outros.
Natureza-morta: Qual o objectivo do Espaço?
MP: Para já manter-se activo, o maior tempo possível, como espaço onde os artistas possam expor as diversas práticas artísticas contemporâneas.
Durante o próximo ano, o Espaço Campanhã apresentará um número significativo de obras, que darão conta das diversas práticas artísticas como a pintura, escultura, desenho, banda desenhada, instalação, vídeo, som ou performance, realizadas por jovens artistas, artistas emergentes e artistas afirmados nos últimos vinte anos.
Natureza-morta: Como funciona a selecção de projectos, e a definição da programação?
MP: A programação do Espaço Campanhã contempla: exposições colectivas temáticas que pela reunião de um conjunto de obras, de diferentes artistas, num mesmo espaço, nos permitirão ver e confrontar diversas perspectivas da temática abordada; exposições individuais que apresentam ligações ou propõem um diálogo entre trabalhos recentes e trabalhos realizados em anos anteriores; exposições de projectos criados especificamente para o Espaço Campanhã e
mostras organizadas por colectivos de artistas, formais ou informais, cujo corpo de trabalho contemple o pensamento, a criação e a investigação artística contemporânea.
Paralelamente às exposições, serão apresentadas outras criações, do(s) artista(s) patentes ou de artista(s) que não participam na exposição, realizadas na mesma área de intervenção artística ou numa outra área distinta, bem como conversas, debates ou conferências que permitam empreender ou ampliar o campo de criação e reflexão artística e acompanhar o pensamento contemporâneo.
Em simultâneo e ou no intervalo entre duas exposições, o Espaço Campanhã apresentará mostras de vídeo, performance, música e conferencias organizadas pelos seus colaboradores.
Natureza-morta:Quais as próximas exposições ja definidas? E datas estimadas?
MP: Próxima exposição:
11 Abril de 2009
Está a morrer e não quer ver
A presença ou ausência de imagens e as visões de ontem e de hoje do Porto e de Portugal, de Portugal na Europa, da Europa em Portugal, de Portugal no Mundo, do Mundo em Portugal, da Europa e de Portugal no Porto e do Porto em Portugal e na Europa serão apresentadas nesta exposição colectiva temática, que reunirá mais de duas dezenas de artistas plásticos.
Exposições futuras:
Colectivo Embankment – constituído por Jonhathan Saldanha, Maria Mire e Aida Castro, criadores que têm desenvolvido paralelamente ao seu trabalho artístico (individual ou em colectivo) a investigação teórica enquadradas nas práticas artísticas contemporâneas, nas áreas do vídeo, do som e na relação da arte com outras ciências e estas com a tecnologia.
Colectivo A Mula – O Colectivo A Mula, de Marco Mendes e Miguel Carneiro, reunirá numa mostra de desenhos e murais, numa feira de publicações de artistas e em conversas, um número significativo de criadores de diferentes áreas (como o desenho, a banda desenhada, a ilustração, a pintura, entre outras,) que adicionarão ao universo das artes plásticas muitos outros universos singulares, inscrevendo no campo artístico múltiplas realidades que nos darão conta de inquietações pessoais e ou sociais.
Natureza-morta: Como o espaço resolve sua sustentabilidade económica actualmente?
MP: Actualmente não resolve mesmo. Está em estudo a sua viabilidade que deverá passar por uma estrutura que, esperamos, para além de gerar os meios económicos necessários seja original em termos da sua acção.
Natureza-morta: As melhorias físicas no Espaço Campanha são notórias, desde a inauguração, até a exposição atual. Gradualmente a casa deixa de ter um aspecto alternativo e ruma para uma estabilização institucional. Caso o Espaço seja convertido numa galeria comercial, o que parece inevitável, e útil, qual o perfil de artistas com que pretende trabalhar e qual a linha de acção que a Galeria pretende adoptar para cativar clientes?
Miguel Pinho: O Espaço Campanha procurará manter sempre a sua identidade. As transformações que tem vindo e que virá a sofrer são alterações necessárias para que o espaço seja capaz de apresentar qualquer pratica artística. A hipótese de uma galeria no local está posta de lado.
Erasmus foreigners weekly
You are more than welcome. "Erasmus foreigners weekly" is a permanent session of our fanzine. This session is dedicated to help and motivate the outsiders: Portugal needs a lot of cultural diversity.
It is not hard to notice that the foreign students are not very well integrated and they normaly stay together in what seems to be social isolation, they stay in groups under the sun, in the school garden, like bored lions in a zoo.
The portuguese people are quite shy and reserved, even for similar european standards, so it is not really easy to make friends. Normally it requires two years to make one friend in Portugal, so if you are planning to have 4 portuguese friends, you would need to stay here for 8 years. In my case, I have been here for almost 3 years, so I have one and a half friend.
Dear foreign studens, do your part, enjoy Porto, occupy your space here.
It is not hard to notice that the foreign students are not very well integrated and they normaly stay together in what seems to be social isolation, they stay in groups under the sun, in the school garden, like bored lions in a zoo.
The portuguese people are quite shy and reserved, even for similar european standards, so it is not really easy to make friends. Normally it requires two years to make one friend in Portugal, so if you are planning to have 4 portuguese friends, you would need to stay here for 8 years. In my case, I have been here for almost 3 years, so I have one and a half friend.
Dear foreign studens, do your part, enjoy Porto, occupy your space here.
"Os culpados tem olhos azuis"
Este brilhante comentário do Presidente Lula, feito diante de Gordon Brown, choca bem mais na Europa, do que nos EUA, ou no Brasil. Existe uma "tradição das américas" de tirar sarro do homem branco, por causa da escravatura e da questão indígena.
Exemplo: uma vez tinha 18 anos fui no show do Neil Diamond nos EUA, a família do intercâmbio me levou, não tive culpa. A uma certa altura o cantor pediu "clap your hands" só que ele queria no contratempo da música, ele mostrou como fazer e brincou: "It´s hard if you are a white person". (o cantor era branco).
Ou seja, gozar com o branco é uma piada simbólica, que ameniza a questão racial, procura apaziguar, e assume a culpa dos brancos. Ninguém é louco de tirar sarro de negro publicamente. Mas Lula não fez piada, ele falou com muita calma, a declaração tem um tom político muito forte.
E a visita do Primeiro Ministro é uma manobra inglesa muito hábil, porque a administração Obama está dando um gelo geopolítico no Brasil, numa tentativa de desvalorizar a potência sulamericana. O Brown entrou no vácuo, e a bomba do Lula valorizou muito o convidado.
Exemplo: uma vez tinha 18 anos fui no show do Neil Diamond nos EUA, a família do intercâmbio me levou, não tive culpa. A uma certa altura o cantor pediu "clap your hands" só que ele queria no contratempo da música, ele mostrou como fazer e brincou: "It´s hard if you are a white person". (o cantor era branco).
Ou seja, gozar com o branco é uma piada simbólica, que ameniza a questão racial, procura apaziguar, e assume a culpa dos brancos. Ninguém é louco de tirar sarro de negro publicamente. Mas Lula não fez piada, ele falou com muita calma, a declaração tem um tom político muito forte.
E a visita do Primeiro Ministro é uma manobra inglesa muito hábil, porque a administração Obama está dando um gelo geopolítico no Brasil, numa tentativa de desvalorizar a potência sulamericana. O Brown entrou no vácuo, e a bomba do Lula valorizou muito o convidado.
nº1 Editorial: Natureza-morta e a contemporaneidade
Esta publicação é um projecto para a disciplina optativa Práticas de Desenho 2, de um aluno de mestrado em estudos artísticos. O objectivo deste fanzine online é tratar de questões ligadas ao sistema de arte, ou não, o desenho e o gênero natureza-morta.
Na arte contemporânea tem sido recorrente a retomada dos gêneros clássicos figurativos, tais como a paisagem, o retrato, a cena do cotidiano e a natureza-morta. Este fenómeno pode ser explicado pelo que Frederic Jameson chama de "alívio" do pós-moderno¹, uma nova produtividade artística após um período de tensão modernista. Quando os clássicos modernos entram para os livros de história da arte e para o repertório académico, sua consagração provoca uma despotencialização do próprio programa. Assim o que antes era uma corrente agora ja não é, o que era rejeitado, agora é aceito.
¹Jameson, Frederic, 1997. Pos-Modernismo a lógica cultural do capitalismo tardio (trad. Ed Ática São Paulo), p. 317.
Na arte contemporânea tem sido recorrente a retomada dos gêneros clássicos figurativos, tais como a paisagem, o retrato, a cena do cotidiano e a natureza-morta. Este fenómeno pode ser explicado pelo que Frederic Jameson chama de "alívio" do pós-moderno¹, uma nova produtividade artística após um período de tensão modernista. Quando os clássicos modernos entram para os livros de história da arte e para o repertório académico, sua consagração provoca uma despotencialização do próprio programa. Assim o que antes era uma corrente agora ja não é, o que era rejeitado, agora é aceito.
¹Jameson, Frederic, 1997. Pos-Modernismo a lógica cultural do capitalismo tardio (trad. Ed Ática São Paulo), p. 317.
Dedicado à quem não gosta de Natureza-Morta
Protótipo impresso dedicado à Mónica Azevedo (foto: RR)
Ela diz não gostar de natureza-morta. Acredito que gosta sim. Por que alguém não gostaria deste gênero? Reconheço que a designação natureza-morta tem uma carga romântica pesada, na palavra morta. "Still life" soa bem melhor. Quem não tem medo da morte? É um sentimento comum em pessoas sensíveis. Diz a psiquiatria, eu mesmo sei por experiência própria, que um estado depressivo, pode levar ao medo da morte. Não é o caso dela, entretanto vamos ajudar nossa amiga Mónica Azevedo a gostar de Natureza-morta.
É uma cena de interior, uma composição de objectos e seres inanimados, em geral com pouca profundidade, algo banal. E o que é banal, interessa à arte. Como exercício de pintura é muito interessante para o artista: é prático, montar um arranjo de frutas e flores, é difícil, desenhar a transparência das taças, garrafas e detalhes dos gomos da laranja, por outro lado a luminosidade pode ser controlada perfeitamente da forma que o artista entender, a facilitar os sombreamentos bem marcados, e ainda pode ser deixada na mesma posição, com a mesma luz por muitas horas e dias, o que não é possível numa paisagem, ou num retrato ao vivo.
Um abraço, Mónica, estamos com você.
Ela diz não gostar de natureza-morta. Acredito que gosta sim. Por que alguém não gostaria deste gênero? Reconheço que a designação natureza-morta tem uma carga romântica pesada, na palavra morta. "Still life" soa bem melhor. Quem não tem medo da morte? É um sentimento comum em pessoas sensíveis. Diz a psiquiatria, eu mesmo sei por experiência própria, que um estado depressivo, pode levar ao medo da morte. Não é o caso dela, entretanto vamos ajudar nossa amiga Mónica Azevedo a gostar de Natureza-morta.
É uma cena de interior, uma composição de objectos e seres inanimados, em geral com pouca profundidade, algo banal. E o que é banal, interessa à arte. Como exercício de pintura é muito interessante para o artista: é prático, montar um arranjo de frutas e flores, é difícil, desenhar a transparência das taças, garrafas e detalhes dos gomos da laranja, por outro lado a luminosidade pode ser controlada perfeitamente da forma que o artista entender, a facilitar os sombreamentos bem marcados, e ainda pode ser deixada na mesma posição, com a mesma luz por muitas horas e dias, o que não é possível numa paisagem, ou num retrato ao vivo.
Um abraço, Mónica, estamos com você.
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